BR-163: região tem que lucrar, afirmam empresários
O evento discute propostas para o crescimento regional por meio da pavimentação da rodovia, importante elo entre o Pará e o grande exportador de grãos do país, Mato Grosso.
A pauta do segundo dia de discussão foi sobre como promover o desenvolvimento de forma sustentável e a favorecer a economia na região. Pela rodovia, são transportadas diariamente toneladas de soja com destino ao terminal de cargas de Santarém, oeste do Pará. Mas, empresários e produtores esbarram no alto preço do transporte por causa das condições precárias de boa parte da BR-163.
O diretor do Dnit, general Jorge Fraxe, deu uma garantia a produtores e empresários que participam do seminário de que até o fim do ano que vem a BR-163 vai estar totalmente pronta para o escoamento da produção. Mas, quem participa do evento quer também ter a certeza de que parte de toda essa riqueza que vai passar por esse corredor viário possa ficar em Santarém.
Por isso, durante o debate desta sexta, surgiram propostas de construção de fábricas para beneficiamento da soja, o que poderia ser feito em Santarém, gerando emprego e renda. Também foi proposta a construção de terminais de carga em pelo menos dois municípios, além de Santarém. “Precisamos agregar valor tanto no que é produzido aqui na região quanto com o que pode ser produzido lá no Mato Grosso para se beneficiar aqui no nosso município. Essa é a grande discussão que está sendo feita. Precisamos crescer, nos desenvolvermos e gerar emprego”, declarou o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém, Alberto Oliveira.
O setor empresarial considera a BR-163 como fundamental para alavancar a economia da região. Com a conclusão da via, o escoamento seria feito com mais facilidade, e sem acarretar tantos gastos com manutenção de veículos que passam mais tempo na estrada por causa das condições precárias. “Vamos atravessar um novo ciclo de desenvolvimento. Nesse momento, todas as empresas estão desenvolvendo projetos e buscando as licenças. As empresas estão com os projetos prontos”, acredita o diretor da Associação de Terminais do Tapajós, Luiz Antônio Pagot.
A BR-163 começou a ser construída em 1973. Quarenta anos depois, alguns trechos continuam intrafegáveis e são a pedra no sapato de uma economia que tenta crescer, mas é barrada por um problema primário.
“Hoje, temos o fertilizando mais caro do Brasil. Passaríamos a ter um fertilizante mais barato. Pagamos, em média, cem dólares a mais que o Mato Grosso, e passaríamos a pagar duzentos dólares a tonelada a menos que o Mato Grosso. Esse seria o grande benefício. Com a conclusão da BR e esses projetos dos portos que estão para serem feitos, teríamos acesso a outros mercados para vender”, afirmou o representante da Federação Agricultura do Pará, Toni Filter.
Após o seminário, a coordenação do encontro vai formular um documento com todos os pontos que foram acertados e as discussões que ainda ficarão pendentes para encaminhar ao governo federal como carta de compromisso para melhorias da BR-163 e incentivos na produção regional.
Redação Notapajos com informações de Rômulo D’Castro
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